Um pouco emocionante ler pela primeira vez uma entrevista nossa num jornal regional. Agradecimentos aos conhecidos e desconhecidos que visitaram a exposição durante estes 3 dias. Agradecimento especial a Patrick Vigg.
Maria Espada – Como conheceu o fotógrafo Patrick Vigg e como surgiu a vossa parceria?
Diana Gonçalves - Lembro-me de um dia estar em Leiria a fotografar uma parede graffitada com citações e Patrick também lá estava a tirar fotografias á mesma parede. Pediu-me que lhe mostrasse as fotografias que já tinha tirado á parede e deu-me algumas dicas para melhorar. Chegámos a ir ver máquinas fotográficas numa loja e levei com uma mini-explicação intensiva de máquinas DSLR e técnicas para fotografar. Confesso que aprendi bastante com ele. Os seus filhos já fizeram várias exposições em Paris e então falou-me da possibilidade de expor as minhas fotografias juntamente com as dele. Entretanto surgiu mais uma oportunidade de expor em Portugal e uma provavelmente em Paris onde Patrick tem o estúdio. Mas é uma parceria temporária.
ME - Como surgiu o gosto pela Fotografia?
DG - Explicar como surgiu é um pouco complexo, gostos por vezes são criados, mas o meu é um gosto quase inato. Lembro-me dos meus primeiros dias no Jardim de Infância em que tirava fotografias aos meus colegas a brincar com a minha máquina fotográfica imaginária. (risos) E adorava quando era altura de tirar a fotografia de grupo, todos os anos lectivos. Não por ficarmos bem na fotografia ou não, mas pelo facto de, com um simples ‘click’ captar-se esse momento, que não se voltará a repetir. Por isso penso que é mais fácil explicar, não como, mas sim quando surgiu o gosto pela fotografia.
ME - Prefere estar á frente ou atrás da câmara fotográfica?
DG - Atrás da câmara fotográfica, sem dúvida alguma.
ME - Mas já foi modelo fotográfico. O que retirou dessa experiência?
DG - Foi uma experiência com seus aspectos agradáveis e desagradáveis. Ser modelo fotográfico foi bom para perceber o outro lado, e dei conta que o que está a ser fotografado tem de aparecer na fotografia como realmente é a sua natureza. Penso que se devia dar a liberdade ao modelo de adaptar a sua própria postura e pose consoante os objectivos do fotógrafo. Quem está a fotografar juntando-lhe, luz, paisagem e o ângulo certo completa a sua ideia com a que o modelo lhe apresenta. Eu vejo isto assim, é isso que define em parte um bom modelo. Mas todas as experiências são boas, na medida em que podemos aprender com elas.
ME - Isso reflecte-se na sua fotografia?
Diana Gonçalves - Lembro-me de um dia estar em Leiria a fotografar uma parede graffitada com citações e Patrick também lá estava a tirar fotografias á mesma parede. Pediu-me que lhe mostrasse as fotografias que já tinha tirado á parede e deu-me algumas dicas para melhorar. Chegámos a ir ver máquinas fotográficas numa loja e levei com uma mini-explicação intensiva de máquinas DSLR e técnicas para fotografar. Confesso que aprendi bastante com ele. Os seus filhos já fizeram várias exposições em Paris e então falou-me da possibilidade de expor as minhas fotografias juntamente com as dele. Entretanto surgiu mais uma oportunidade de expor em Portugal e uma provavelmente em Paris onde Patrick tem o estúdio. Mas é uma parceria temporária.
ME - Como surgiu o gosto pela Fotografia?
DG - Explicar como surgiu é um pouco complexo, gostos por vezes são criados, mas o meu é um gosto quase inato. Lembro-me dos meus primeiros dias no Jardim de Infância em que tirava fotografias aos meus colegas a brincar com a minha máquina fotográfica imaginária. (risos) E adorava quando era altura de tirar a fotografia de grupo, todos os anos lectivos. Não por ficarmos bem na fotografia ou não, mas pelo facto de, com um simples ‘click’ captar-se esse momento, que não se voltará a repetir. Por isso penso que é mais fácil explicar, não como, mas sim quando surgiu o gosto pela fotografia.
ME - Prefere estar á frente ou atrás da câmara fotográfica?
DG - Atrás da câmara fotográfica, sem dúvida alguma.
ME - Mas já foi modelo fotográfico. O que retirou dessa experiência?
DG - Foi uma experiência com seus aspectos agradáveis e desagradáveis. Ser modelo fotográfico foi bom para perceber o outro lado, e dei conta que o que está a ser fotografado tem de aparecer na fotografia como realmente é a sua natureza. Penso que se devia dar a liberdade ao modelo de adaptar a sua própria postura e pose consoante os objectivos do fotógrafo. Quem está a fotografar juntando-lhe, luz, paisagem e o ângulo certo completa a sua ideia com a que o modelo lhe apresenta. Eu vejo isto assim, é isso que define em parte um bom modelo. Mas todas as experiências são boas, na medida em que podemos aprender com elas.
ME - Isso reflecte-se na sua fotografia?
DG - Tento sempre que se reflicta. A Natureza é dos melhores modelos. Tem a sua própria pose, a sua própria elegância. Até mesmo algo que não se considere bonito tem a sua maneira própria de existir. Quando se tratam de pessoas ou animais que encontro na rua, existem gestos tão habituais e tão gastos que procuro captar, atribuindo-lhes importância e simbologia. Tento sempre ser eu a adaptar-me ao que estou a fotografar
ME - Alguns exemplares destacaram-se nesta exposição. Entre elas estão duas das suas fotografias Está quase na hora.amo-te! e De Negro. Como reagiu a estas preferências e quais são para si as suas fotografias mais marcantes?
DG - Sim, reparei que as pessoas se sentiam tocadas e se demoravam a observar com mais atenção essas duas fotografias. Talvez pelo facto de o Saudosismo ser das características mais típicas do povo Português. Enquanto que Está quase na hora.amo-te! é um momento de despedida entre dois jovens num aeroporto, De Negro acontece após uma despedida e retrata a longa espera de uma idosa vestida de preto sentada á beira mar. Dá-nos a ideia de esperança, apesar de também transmitir uma noção de tempo infinito entre a despedida e a espera. Tenho muitas que me marcaram mas penso que são estas as duas fotografias que me marcaram mais, pois despedidas são dolorosas. Faz pensar e repensar muitos momentos.
ME - Pudemos ver também uma sequência em miniatura de Auto-Retrato: Maçã e Podridão que foi alvo de interrogações por parte de alguns visitantes pela impossibilidade de se ver a sua identidade. Deu-se conta da curiosidade do público? Qual a razão desta sua característica?
DG - (risos) Passei despercebida. Estive á conversa com alguns visitantes. Entre críticas e elogios às fotografias houve quem me chegasse a perguntar se a fotografa daquela parte da exposição não tinha vindo. Quase ninguém pensou que fosse eu nesse auto-retrato. Só quando eu e ele (Patrick) fomos chamados ao palco para fazer um pequeno discurso é que se aperceberam que era eu. Encheram-me de abraços e apertos de mão depois de descer do palco. Foi marcante.
Quanto a essa característica, não sei bem, cada pessoa tem a sua forma de se apresentar e eu habituei-me assim com cortes na fotografia, sombra e desfoco. Uma senhora disse que tentava fugir da objectiva da câmara fotográfica e pode ser que tenha razão. Afinal é como se tivesse a minha própria arma apontada á cara.
ME - Alguns exemplares destacaram-se nesta exposição. Entre elas estão duas das suas fotografias Está quase na hora.amo-te! e De Negro. Como reagiu a estas preferências e quais são para si as suas fotografias mais marcantes?
DG - Sim, reparei que as pessoas se sentiam tocadas e se demoravam a observar com mais atenção essas duas fotografias. Talvez pelo facto de o Saudosismo ser das características mais típicas do povo Português. Enquanto que Está quase na hora.amo-te! é um momento de despedida entre dois jovens num aeroporto, De Negro acontece após uma despedida e retrata a longa espera de uma idosa vestida de preto sentada á beira mar. Dá-nos a ideia de esperança, apesar de também transmitir uma noção de tempo infinito entre a despedida e a espera. Tenho muitas que me marcaram mas penso que são estas as duas fotografias que me marcaram mais, pois despedidas são dolorosas. Faz pensar e repensar muitos momentos.
ME - Pudemos ver também uma sequência em miniatura de Auto-Retrato: Maçã e Podridão que foi alvo de interrogações por parte de alguns visitantes pela impossibilidade de se ver a sua identidade. Deu-se conta da curiosidade do público? Qual a razão desta sua característica?
DG - (risos) Passei despercebida. Estive á conversa com alguns visitantes. Entre críticas e elogios às fotografias houve quem me chegasse a perguntar se a fotografa daquela parte da exposição não tinha vindo. Quase ninguém pensou que fosse eu nesse auto-retrato. Só quando eu e ele (Patrick) fomos chamados ao palco para fazer um pequeno discurso é que se aperceberam que era eu. Encheram-me de abraços e apertos de mão depois de descer do palco. Foi marcante.
Quanto a essa característica, não sei bem, cada pessoa tem a sua forma de se apresentar e eu habituei-me assim com cortes na fotografia, sombra e desfoco. Uma senhora disse que tentava fugir da objectiva da câmara fotográfica e pode ser que tenha razão. Afinal é como se tivesse a minha própria arma apontada á cara.
ME - O que é para si fotografar?
DG - É ter o dom de fazer parar o Tempo!
DG - É ter o dom de fazer parar o Tempo!
29 Novembro 2008, Gazeta do Mar, Maria Espada